Minha vida não é uma droga. Sob todo e qualquer ponto de vista objetivo, tá tudo ótimo. Faço o que gosto, tenho grana suficiente (mais do que a média, nunca sobrando), tenho amigos (muitos) sensacionais. Mas a imagem que me vem à cabeça agora é a de que fui até o fundo do poço, bati lá embaixo, e voltei machucada e sem ar, tentando acima de tudo sobreviver. Beleza. Tô viva.
Agora, parece que tenho que voltar lá, de uma forma controlada. Vestir uma roupa de mergulho e ir procurar alguma coisa que me escapou. Tenho medo de poucas coisas e o que vou encontrar no caminho, ou mesmo lá embaixo, não me dá medo. A sensação de ter de mergulhar é que não me atrai. Pensar em respirar por um troço na boca tendo muita água em cima é algo que nunca quis experimentar.
Bom, voltando às histórias. Primeiro foi "Comer, rezar, amar", o livro da jornalista que tirou um sabático depois de uma separação sofrida. Agora estou lendo "Julie & Julia", de uma americana que surta e resolve preparar todas as receitas da Ofélia americana e escrever num blog. O livro é mala, não estou achando graça nenhuma, talvez o blog fosse melhor. Mas o fato é que a tipa surtou e passou um ano fazendo receitas cheias de manteiga e creme de leite, enquanto se via às voltas com canos que vazavam ou entupiam, e tirando sarro do próprio emprego, que era numa repartição pública voltada para ajudar parentes das vítimas do 11 de setembro. Não exatamente o emprego do qual eu tiraria sarro, mas enfim.
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O filme é pra ser um drama, tem cenas hilárias, mas achei revelador. Nada literal, porque bater punheta, definitivamente, não é uma das minhas especialidades. Mas alguma outra coisa além da minha profissão eu devo saber fazer. E, se não for pedir muito, preferia continuar não tendo que entrar pra nenhum rebanho.
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