quinta-feira, 16 de abril de 2009

Reforma ortográfica em versos

Saiu o cisco do zóio
Que se vire o caipira
E o pato passou a fazer quem, quem
Porque trema também não tem

Mia Couto, querido,
Eu pergunto:
Isso te faz meu patrício?

Saramago, meu velho,
É assim
Que se lê o Evangelho?

quarta-feira, 8 de abril de 2009

As piruetas que o mundo dá

Estava dentro do metrô Vila Madalena, perto das catracas, conversando com a minha irmã sobre peças automotivas. Daí vejo o Raí.
- Olha, o Raí.
- Como assim, que Raí?
- O Raí mesmo, irmão do Sócrates. Corpão. Alto, ombros largos, cara mais ou menos.
- Nossa! O Raí anda de metrô? Que legal.
Fiquei vendo o Raí subir a escada rolante e continuei falando sobre autopeças.
- Vixe. Agora estão descendo cinco bailarinas. Muito gordas.
- Ahn? Cê tá bem?
- É! Cinco mulheres bem gordas, de collant e tutu cor-de-rosa.
As cinco passaram na minha frente, colocaram o bilhete e entraram no metrô. Estavam super compenetradas, de cabelo preso em coque e sapatilha, tudo rosa. Desliguei o telefone e passei a catraca também.
Elas estavam dançando na plataforma, dando piruetas e tudo. As pessoas olhavam, entravam no metrô e iam embora.
Fui também, pensando: Pra quê ficção, não é mesmo?