Quando chego a um lugar estranho, sempre reparo nos cheiros. Claro, quando são bons não presto muita atenção, mas se são ruins me incomodam bastante. O apartamento que aluguei por aqui é bonitinho, mas estava bem sujo. Assim que entrei, senti o cheiro de cigarro. Alguém passou um bom tempo fumando Oliú na cama. Alguém deixou uma cerveja estourar na geladeira. Alguém deixou os panos de chão sujos e molhados dentro do armário embaixo da pia.
Não sou a Dona Neura, mas sou filha dela. Ontem estava cansada demais, mas hoje fiz uma bela faxina na cozinha e no banheiro. O cheiro de cigarro melhorou bem com o Gleide. Lá se foram vários pesos em produtos de limpeza. Mas valeu o investimento: está tudo bem mais habitável.
Os ruídos são até engraçados. Ao longe ouço passar o trem. Não incomoda, é até bucólico. Mas ontem à noite ouvia um barulhão, fiquei em dúvida se era uma obra ou uma batucada. O vento levava e trazia o ruído, que aos poucos ficou mais próximo. Sim, era uma batucada pré-carnavalesca em pleno bairro de Palermo. Sim, a escola de samba porteña parecia mais uma britadeira no asfalto.
2 comentários:
Mas com o tempo esses barulhos vão se tornando caseiros e você nem vai mais estranhar...
Estou achando ótimo poder ler suas aventuras por aí. É como se tivéssemos conversando.
E estou torcendo MUITO para que sua vida seja MUITO legal, sempre!!
bjs
Você faz muito parte dessa história, viu? Além de ser minha cliente preferencial, ainda compartilha esse grande ideal libertino inspirado em Shortbus!
obrigada!
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