A história que a gente estudou na escola mudou. A história da América Latina, a gente nem estudou. Ontem descobri que houve um momento em que a Argentina tinha uma quantidade enorme de negros. Hoje não se vê um. Mataram todos. Esse é um capítulo sobre o qual ninguém fala, que ainda precisa ser reescrito.
A história da arte, porém, já está sendo. O que aconteceu a Camille Claudel não foi uma exceção, mas parece ter sido regra. A quantidade de mulheres artistas ao longo do tempo não é tão pequena quanto aprendemos. Muitas fizeram coisas, mas foram assinadas por pais, irmãos, maridos.
Comprei um livro de reportagens do Eduardo Galleano. Só ouvimos falar das "Veias abertas da América Latina", mas depois descobri os pequenos textos poéticos, lindos, de "O livro dos abraços". Ele poetiza a mitologia pré-colombiana em outro livro, e também episódios históricos. Está tudo girando em torno de histórias, lembranças fortes da minha ida ao Chile, estou reescrevendo minha história ideológica e construindo novos referenciais, menos polarizados, mais pós-modernos, mais latino-americanos.
Eu bem podia ter dez anos mais quando fiz faculdade, devia ter me jogado por aí, ou não, nada disso faria sentido, talvez...
Um comentário:
A diferença de se fazer uma coisa pela primeira vez aos 20, aos 30, aos 40.... é que no começo você inclui a cultura alheia no seu referencial, sem tanta surpresa...
E se torna uma pessoa muito mais aberta para diferenças...
Sei lá, pelo menos é essa a sensação que eu tenho.
Mas vc tá aí conseguindo incluir todo esse referencial...
Maravilhoso!
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