Um pouco de falta de rotina não só me faz muito bem. É simplesmente tudo nessa vida. Não que eu consiga viver la vida loca. Durmo cedo, meia noite, uma hora. Acordo cedo, oito no más. Tomo café, almoço, lanchinho, janto. Vou aos dois cursos. Mas não estou sentada o dia todo na mesma bat-cadeira. Uma hora estou na cozinha, na outra no sofá. Bem, são apenas 30 metros quadrados, logo também não há tanta opção.
Mas dou uma saidinha aqui, outra ali. Vou almoçar no bar da esquina, depois compro um pãozinho no restaurante de orgânicos e troco dois dedos de prosa com a dona, que é casada com um dos produtores do CQC e portanto mora mezzo São Paulo, mezzo Buenos Aires.
Levo a roupa à lavanderia. Compro um pouco de queijo e um tomate no mercadinho aqui em frente, quase um empório que tem de um tudo. Posso ir lá a qualquer momento, fica aberto até as 22h, então decido a cada dia o que vou comer, compro o que falta, e faço.
Hoje saiu omelete com presunto, queijo e tomate e uma taça de vinho rosê. Confesso que comprei o que tinha tampa de rosca, porque aqui não tem saca-rolha, e só no caixa descobri que custava só 15 pesos. Ou seja, 5 real. Amanhã poderei constatar com mais acurácia a qualidade do dito cujo, mas por enquanto está me parecendo bem razoável...
Nunca quis ser frila. Nunca achei que conseguisse produzir alguma coisa se não me impusesse uma rotina rígida. Com isso, passei anos trabalhando 12 horas por dia, sem saber o que fazer quando tinha um pouco de tempo livre.
Cansei.
Um comentário:
O jardim do vizinho é sempre melhor, né?!
Eu sempre achei que ter a vida com rotina pudesse me ajudar em tantas coisas...
Mas cada um sabe a dor e a delícia de ser o que conseguiu se transformar...
Lendo os seus textos dá vontade de comer bem!!
Saudades das suas sopinhas.
bjs
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