quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Lições de vida

É um lugar muito peculiar esse delta do Tigre. Fomos de trem, um trem de passageiros desses que a gente nunca usa em São Paulo. Encontramos um amigo local em uma estação no meio do caminho e chegamos à cidade de Tigre. A viagem não leva nem uma hora.
A cidadezinha é a porta de entrada para várias atrações populares - parque de diversões, feirinha de artesanato, praias fluviais - então é bastante muvucado. Mas como o Guille conhece o local, tomamos um táxi-lancha até uma das dezenas (ou centenas?) de ilhotas que formam o delta. É uma paisagem inusitada. De cada braço maior de rio saem vários outros riozinhos. E em cada um deles, uma casa depois da outra, em terrenos grandes e acesso apenas pelo rio. Só se chega de barco. A maioria são casas de veraneio, mas também há gente que mora, claro. A sorveteria é móvel, assim como o mercadinho e o vendedor de gás.
Descemos em uma ilhota chamada Trés Bocas, que tem uma ótima parrilla. Bem em frente ao restaurante, há um posto de gasolina. Depois de nos fartarmos de carne ótima, sentamos em umas espreguiçadeiras de frente para o posto. Todo tipo de barco vinha abastecer, de jet skis invocados até canoas motorizadas. Locais também se movimentam para todo lado com barcos a remo, que resultam em pele tostada de sol e muques consideráveis. Para homens e mulheres.
Comemos um bife de chorizo muito bom e experimentamos o vacío que o Guille pediu. É uma carne mais fibrosa, parece lagarto, mas na hora me veio à cabeça cupim. Fui explicar para ele que era a corcova do boi e ele ficou indignado: "Os bois aqui não têm corcova!"
Ahnn? Como assim?
Ainda bem que minha irmã entende mais de pecuária do que eu, e me explicou que o boi no Brasil é zebu e aqui é angus aberdeen, o que explica porque a carne aqui é tão boa. Vivendo e aprendendo...

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