O grande lance são as pessoas. Em cada show, você encontra os mais variados tipos de seres. Quando eu era adolescente, a maioria não era de tribo alguma. Mas quem era levava isso muito a sério. O figurino e o cabelo eram os sinais aparentes. Um cara de cabelo moicano era punk e não usava camiseta de banda heavy metal, como o que eu vi no metrô República na noite da Virada.
Hoje as tribos são muitas e os limites, borrados. É bom isso, né? Eu olho e na hora acho um pouco estranho uma molecada dançar pogo no show duma banda que pra mim é pop como o Ultraje a Rigor, ou ver os hippies do trance. Mas as coisas se reprocessam, a centrífuga musical mistura, separa as sementes, coa, joga fora o bagaço, e o resultado é esse suco incrível, que antes só se via nos corredores das Grandes Galerias e semana passada estava ali, em todas as praças, pra quem quisesse ver.
Pessoas, contraditórias, com gostos ecléticos e querendo ser e sobressair. Pessoas.
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