O Natal está chegando, e com ele a compração. Hoje teve crônica divertida da Cecília Gianetti na Folha sobre a agonia dos xópins. Mas meu conto favorito de Natal é muito mais lúgubre. É do Neil Gaiman, autor do comics Sandman. Não sou muito de quadrinhos (outra confissão terrível), mas gosto muito dos livros dele. E aí vai o conto:
Nicholas era...
mais velho que o pecado e sua barba não podia ficar mais branca. Ele queria morrer.
Os anões nativos das cavernas do Ártico não falavam sua língua, mas chilreavam na deles e realizavam rituais incompreensíveis quando não estavam trabalhando nas fábricas.
Uma vez por ano, forçavam-no, aos prantos e sob protestos, pela Noite Sem Fim. Durante a jornada, permaneceria ao lado de cada criança do mundo, deixando um dos presentes invisíveis dos anões ao pé da cama.
As crianças dormiam, congeladas no tempo.
Ele invejava Prometeu e Loki, Sísifo e Judas. Seu castigo era mais sombrio.
Ho.
Ho.
Ho.
(em Fumaça e Espelhos, ed. Via Lettera)
2 comentários:
Coitadinho do Nicholas...bj Sill
que tenso...
ok, nicholas, deixe meu presente pra lá...
beijos
Postar um comentário