Vinha vindo a pé pela Paulista, pensando na velha que eu quero ser daqui a 30 anos. Não sei se vou deixar o cabelo grandão e pintar com henna, pra parecer aquelas professoras da USP, ou se deixo ele ficar todo branco. Acho lindo.
Parei pra tomar um café do lado do Banco Real. Na minha frente na fila, uma mulher de uns 50 anos, cabelos rosa-choque, jaqueta jeans pintada a mão com flores. Logo começamos a conversar, ela me contou assim, sem mais, que a velha que ela quer ser é uma senhora que descobriu, depois dos 60 anos, que gosta de tingir lãs das cores mais berrantes. Arrumou uma forma de sobrevivência e um novo talento. E ela compra as lãs para tricotar cachecóis.
Minha nova amiga é ilustradora, pegou meu telefone. Estou voltando a ser pára-raio de loucos do bem. Acho que é um bom sinal.
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