A história do peixe, na verdade, tem a ver com o filme "Na natureza selvagem", do Sean Penn, que assisti ontem. A história não é nova: um cara (que hoje teria praticamente a minha idade) acha que a sociedade é cruel, que o dinheiro corrompe, que os pais são hipócritas, e decide sair por aí, vivendo como dá, e voltando à natureza. Medo desses filmes. Costumam ficar em um dos extremos. Ou louvam a volta aos primórdios, corroborando a tese do fugitivo, ou dão uma lição de moral de deixar qualquer um frustrado.
Esse não. Até por ser uma história real. Pra começar, o personagem não é estereotipado. Não é um playboyzinho frustrado nem um hipongo podicrê. É um cara cheio de inquietações e dúvidas, com personalidade e empatia. Claro que o filme deve ter selecionado os personagens mais emblemáticos que ele encontrou pelo caminho, mas também são personagens profundos, com nuances.
É lindo de ver o momento em que ele tem sua epifania, nada épica ou grandiloquente. É simples e pessoal como deve ser, com recursos cinematográficos contidos. Enfim, mais um filme obrigatório, especialmente para quem não está em paz com o mundo, mas gostaria de estar. É justamente aí que a minha tilápia entra nessa história, mas não quero bancar a spoiler então não vou falar sobre isso.
Mas vem cá, estou sendo muito Poliana-moça ou o mundo está ficando ligeiramente menos maniqueísta?
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