terça-feira, 31 de março de 2009

A arte de rogar pragas

A certa altura do filme holandês "A excêntrica família de Antonia", a protagonista intimida um canalha com uma espingarda, mas em vez de atirar nele, roga a melhor maldição da história do cinema. O homem vai encolhendo, encolhendo e se não foi a praga que pegou, a valentia da mulher serviu para contaminar os outros homens que fizeram o trabalho sujo.
No sábado a gente estava falando sobre isso. Em vez de qualquer xingamento ou até atitude revoltada, melhor desejar uma fortíssima diarréia para o motorista de ônibus que não pára no ponto. Ou para o moleque que finge estar dormindo no banco de idosos.
Tem pessoas, porém, que precisam mesmo é de uma bendição. Tem gente que, para aprender, precisa ser surpreendido por uma boa ação. Caso contrário, vai continuar se fazendo de vítima e achando que o mundo é um carrasco.
Quando pedi demissão de certo emprego, saí de lá desejando que a minha chefe fosse para outra empresa muito melhor e percebesse que é possível tratar os funcionários com mais respeito e peitar a chefia quando necessário. Parece que a praga pegou, só espero que a culpa também tenha feito seu trabalho.

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