segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vergonha na cara - I

Todo ano, há uns cinco ou seis, não sei bem, cubro esse evento, a Expo Management. É um mega congresso de administração e gestão, voltado para altos executivos. O pessoal traz os autores de todos os livros de administração, marketing, finanças e tudo o que está relacionado à área, os grandes papas. O ingresso custa fortunas e eu nunca assisti as palestras dos grandões, porque cubro as palestras paralelas. Se as palestras gringas são para os CEOs, as minhas são pros gerentes.
Mas já é um privilégio, porque sempre tem muitos professores brasileiros interessantes e alguns cases de empresas também. E se não serve muito pra usar na prática da empresa, tem sempre coisas inspiradoras.
O que tem sido mais legal de ver é que no começo o babado eram as finanças. Corte de custos, reengenharia, um monte de sistemas de gestão carésimos, cheios de siglas e tal. E desde o ano passado, o foco está mudando. Ano passado só se falou em ética e desenvolvimento sustentável. Este ano tem uma sala dedicada à saúde.
Assisti a uma palestra sobre a epidemia de problemas cardíacos que se avizinha. Os dados são estratosféricos, e a sala estava vazia. Claro que das 10, 12 pessoas, a maioria era de mulheres. Mas, como diz um outro professor que já assisti ano passado, melhor isso que nada. É um começo.
A nutricionista do Dante Pazzanese deu dados interessantes:
- Nos países em desenvolvimento, 45,6% das mortes são por problemas de coração.
- O índice de mortes por problemas cardíacos está aumentando nas mulheres e diminuindo nos homens.
- Quando uma mulher chega ao hospital com dores típicas de sintoma de problema de coração, em geral é atendida como se estivesse tendo um chilique (a mulher disse isso de verdade).
- Se todo mundo seguisse as medidas preventivas que a gente já sabe - parar de fumar, fazer uma atividade física regular (basta caminhar 30 minutos, três vezes por semana), comer mais verduras e frutas e diminuir a barriga são os básicos - a mortalidade cairia 90%.
Comentei com ela que agora a gordura trans parece ter sido banida de todos os alimentos industrializados, como num passe de mágica, e que as coisas que se dizem mais saudáveis, como aquele embuste da linha Vitale de caldos, têm quantidades astronômicas de sódio. Ela disse que é isso mesmo, o grande problema são as comidas industrializadas.
Nenhuma novidade, certo? Não vou dizer que já estou 100% adaptada, mas tô caminhando...

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