Um dia bonito de sábado, o ser humano acorda um pouco feliz porque sonhou que alguém a ama. Vai ainda sobre os eflúvios do sonho para a depilação. Parte para o primeiro compromisso de trabalho alguns gramas mais leve, almoça no McDonald's e sai correndo para ir ao cabeleireiro depois de três meses desde a última vez.
Tem seu cabelo cortado e enquanto absorve o impacto de talvez ter sido um pouco demais, acaba tendo que ir para o cliente levar um material. Lá se encontra com um amigo que sofre de sinceridade patológica. Ele repara no corte (que o ser em questão ainda não decidiu se ficou bom), e cumprimenta a vítima com um comentário sobre a orientação homossexual das mulheres que costumam usar esse corte.
Todos estão deprimidos e você percebe que mais uma vez todos os seus esforços em prol desse cliente, que este ano você considerava realmente incríveis, são vistos pelo conjunto dos envolvidos como um resultado meia-boca.
Aí o ser vivente se deixa levar até o escritório, às seis da tarde, para terminar o livro de um cliente que passou os últimos seis meses invadindo sua sala sem pedir licença. São 11 da noite, é sábado, meu tio comemora 80 anos com toda a família (menos eu e minha irmã, que temos a mesma doença) e em casa tem uma sopa de anteontem me esperando.
4 comentários:
putz Liz!
que dia!
mas pensa que com esse cabelo novo agora o mundo das muleres se abriu pra vc!
São milhões de possibilidades!
Querida minha...Não há de ser tão complicado assim. Lembre-se do sapo, das infinitas Lizandras/Fahimas e que por vezes nós mulheres somos Sansão ao contrário: menos cabelo, mais poder...Que a Deusa te visite e sustente!!!
Oi, Lizandra! Só agora tive tempo pra visitar seu blog com tempo e o carinho que merece. Escreve muito bem. Parabéns. Adorei saber que o pudim de lata também é tradição na sua família. Um abraço,
Neide (ah, eu sou da turma do "meu cabelo me odeia" e quando vou ao cabelereiro não gosto de olhar no espelho - deixo pra chorar em casa)
Olá, Neide, seja muito bem vinda e muito obrigada! Adoro suas receitas e suas histórias. Quem me deu a dica do seu blog foi a Silmara, que é minha amiga de escola desde a infância. Ainda não consegui participar dos encontros do slow food, mas um dia desses vou com ela.
Postar um comentário