sábado, 1 de março de 2008

Água que se bebe

Num encontro histórico na última quarta-feira, Raquel enumerou para um amigo nosso as minhas contradições nesses quase 20 anos que a gente se conhece. Todas as vezes que disse "dessa água não beberei" e depois quase me afoguei na mesma água. Não é fácil constatar isso. Porque, basicamente, significa que fico por aí pontificando e depois faço tudo ao contrário. E como discrição não é a palavra que me descreve, todo mundo fica sabendo do antes e do depois.
Aconteceu isso com bichos. Eu nunca dei a menor pelota pra cães e gatos, e depois tive duas cachorras de dormir na cama, abraçar e beijar. E uma até hoje tenho certeza de que não é uma cachorra, é minha alma gêmea, meu deamon que eu não vejo há um ano. Agora as duas gatas aqui de casa vão embora e sei que vou sentir falta até da maligna traiçoeira, que nem me arranha mais.
Acontece sempre que eu decreto que uma coisa é definitiva. Sempre que eu defendo um ponto de vista com veemência. Porque eu mesma sempre procuro o outro lado. Desde o colégio, sempre me aproximei das pessoas menos queridas, pra ver o que mais tinha ali. Com isso, estou sempre cercada de gente polêmica. Mas quase sempre tive boas surpresas. Então nada melhor do que cair em contradição.

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