Passei o domingo com a minha afilhada de 5 anos, que está cada dia mais figura. A garota tem um mundo interno rico e peculiar como o do tio e padrinho dela, meu primo André. E uma tagarelice igual à da Dinda dela (eu, claro).
Deu de me contar pesadelos. Voltávamos do lançamento do livro "Canteiros", que tem arte da minha amiga designer Roberta Asse, publicado pela Ática. Lindo livro, com músicas, atividades e poemas, um encanto. Difícil ver uma editora investindo em obras assim por aqui, valeu, Claudinha, a gente adorou!
Íamos de carro, de Higienópolis para o Brooklin, o que, mesmo no domingo, é tempo para botar todo o papo em dia. No sonho dela tinha uma nuvem maligna no banheiro. Com o correr da contação, acabou que era tudo muito engraçado e foi ela mesma quem se deu conta. Chegamos à conclusão de que não era pesadelo coisa nenhuma e morremos de rir.
Ontem resolvi anotar nossa conversa, pra não perder o espírito da coisa, e continuei no papo pesadelo. Ao mesmo tempo, um conflito de agendas e uma apreensão, negocia daqui, muda a reunião, vou viajar para um cliente, o outro acha que estou à inteira disposição.
Conclusão: tenho um pesadelo à noite, acordo assustada achando que perdi o voo, estou atrasada, nem fiz a mala e já é hora de embarcar.
Pra que, inconsciente, me diz? Qual a finalidade desse pesadelo? Que coisa mais enfadonha! Estavam lá meu pai, minha mãe, meu quarto, tudo igual. Nenhuma parede escorrendo, meu pai não era um centauro, nenhum ser com duas boquinhas, como sugeriu minha afilhada na nossa conversa de domingo, propondo uma simetria que, para ela, seria "muito bonitinha".
Nem sei quanto tempo faz que não sonho com monstros, nem com nada que não seja estritamente real. Claro, às vezes junto duas pessoas que não têm nada a ver, mas não passa muito disso. Tenho bem poucos pesadelos, mas quando tenho são essas inutilidades da vida prática. Hello, inconsciente, eu jamais vou perder um voo pra João Pessoa!
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