Se eu fosse imaginária
Queria ser um heterônimo
De Fernando Pessoa
Seria aquela
que fala de gente
Que vê nas pessoas
o encanto
que Caeiro descobre
nas flores
e nas réstias de sol
Diria
que não acredito
em Deus
porque nunca o vi
Mas que acredito
nas pessoas
que acreditam em Deus
porque as vejo
Eu veria em cada uma
essa essência
que Deus quis que Caeiro
visse nos montes e lagos
E muito provavelmente
– eventualmente –
flertaria com a morte e a tristeza
como Álvaro de Campos
Afinal, a tristeza existe
no coração das pessoas
que vivem intensamente
como as pessoas
de Pessoa
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