Hoje era pra fazer uma carta pra gente mesma criança que contivesse as seguintes palavras: vela, guarda-chuva, lentes, um laço e durinha. Eu, muito obediente, fiz do jeito que mandaram, com as palavras na ordem:
"Cara mim mesma pequena,
Se tem uma coisa que você pode ficar tranquila desde já é que palavras não vão lhe faltar. Você não vai ser dessas que precisa acender vela antes de prova. Pode contar com isso. As palavras vêm.
Mas nem sempre na hora que você precisa delas, é claro. Afinal, palavras são que nem guarda-chuva. Por mais que se seja precavido, quando menos se espera ele ficou em casa, todo encolhido, enquanto a chuva desaba lá fora.
Pode contar, então, com a imprevisibilidade das coisas. Assim como não existem fatos, apenas versões, também há sempre lentes que aumentam e diminuem o que seus olhos acham que veem.
Por mais que você tente aprisionar a verdade, é bom que se diga: ela sempre se desfaz como um laço de fita. E pode reparar: mesmo que a gente refaça o laço, ele nunca fica exatamente igual ao outro.
Ah, tem outra coisa importante. Papai Noel existe. Coelhinho da Páscoa também. Mas pra sempre não tem. Não sei quem foi que inventou o pra sempre, mas não vou enganar você: isso não existe mesmo.
Então não precisa ficar sempre assim, durinha. Pode relaxar. Isso. Descansa. Melhor já ir treinando.
A gente se vê,
Você maiorzinha"
2 comentários:
óooooouuuuuunnnnn. que fofo.
pq vc quis fazer na ordem? mesmo assim, ficou muito bonito.
fez meu começo de dia mais feliz. :)
muito bacana mesmo, doce.
legal o exercício: quem sabe um dia eu me arrisco e me escrevo tb.
Postar um comentário