quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O tao da espera

Eu não gosto de esperar. Não sei se alguém gosta, mas eu não gosto. Faz duas semanas que eu praticamente não faço outra coisa além de esperar. Me assombro com a minha própria capacidade. Não gritei. Não dei piti ao telefone. Quase nem chorei. Pouco perdi o sono. Até ganhei uma cartela de "boa noite cinderela" de uma amiga insone e nem usei.
Apesar de já estar bem próxima da cura, tanta espera me fez ver que um certo trauma ainda persiste. O mundo me fez assim. Não foi uma nem duas vezes que liguei para saber por que o ser humano estava atrasado e o ser humano não atendeu. Ou tinha esquecido completamente.
Comecei a tentar confirmar antes. Para não correr o risco de ficar pronta na sala esperando e passando fome. Mas não adiantava confirmar de manhã, porque até a hora da história o ser humano podia ter se esquecido de novo. Aí eu precisava ligar/mandar email/smssar mais de uma vez. E fazer papel de louca.
Eu sei que não é o caso. Eu tenho certeza de que não é o caso. Mas além da espera ainda tem o suspense. E essa combinação desafia todo o treinamento zen a que venho me submetendo nos últimos anos.

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