Eu não gosto de esperar. Não sei se alguém gosta, mas eu não gosto. Faz duas semanas que eu praticamente não faço outra coisa além de esperar. Me assombro com a minha própria capacidade. Não gritei. Não dei piti ao telefone. Quase nem chorei. Pouco perdi o sono. Até ganhei uma cartela de "boa noite cinderela" de uma amiga insone e nem usei.
Apesar de já estar bem próxima da cura, tanta espera me fez ver que um certo trauma ainda persiste. O mundo me fez assim. Não foi uma nem duas vezes que liguei para saber por que o ser humano estava atrasado e o ser humano não atendeu. Ou tinha esquecido completamente.
Comecei a tentar confirmar antes. Para não correr o risco de ficar pronta na sala esperando e passando fome. Mas não adiantava confirmar de manhã, porque até a hora da história o ser humano podia ter se esquecido de novo. Aí eu precisava ligar/mandar email/smssar mais de uma vez. E fazer papel de louca.
Eu sei que não é o caso. Eu tenho certeza de que não é o caso. Mas além da espera ainda tem o suspense. E essa combinação desafia todo o treinamento zen a que venho me submetendo nos últimos anos.
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