Lá no Triássico, eu era casada e tinha casa, cama queen size, geladeira prateada, empregada chamada Maria, calha, caixa d'água, vizinhas esclerosadas e duas cachorras. Tudo se enxaixava perfeitamente. Fazia parte de um quebra-cabeças de mil peças chamado família.
Daí a geladeira prateada quebrou, a caixa d'água transbordou, eu me mandei, outra pessoa assumiu a cama queen size e o eventual desentupimento das calhas e as cachorras que eu tanto amava continuaram fazendo parte daquela família, da qual eu não fazia mais parte. Foi como se tivéssemos feito aleluia com as mil peças.
Desde então, sempre penso na hipótese de voltar a ter um bicho. Mas não consigo pensar neles sem todo esse contexto.
Minha amiga ontem me apresentou oficialmente essa gatinha fofa, que eu pensei em chamar de Mirtes (a ideia inicial foi da Maria, e eu adorei). Mas o quebra-cabeças de hoje é daqueles simplinhos, com peças grandes e cartonadas. Não que ele esteja completo, mas essa peça não encaixa.
Acho que não vai ser dessa vez que vou ter um bicho chamado Mirtes. Mas se alguém se interessar, ela vem castrada, vermifugada, prontinha pra fazer parte de um quebra-cabeças em que uma gatinha preta de olhos verdes pode ser justamente a peça que estava faltando.
Um comentário:
Elizângela, taca fora esse quebra-cabeças e descola outro de 6 mil peças!
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