segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Rogando bendições

Eu já escrevi aqui mesmo sobre a arte de rogar pragas, e acabei tocando de leve em um assunto que muito mais me interessa: a arte de rogar bendições.
Ah, se a bendição pega...
A pessoa que usa desculpas do tipo "eu só estou cumprindo ordens", "mas sempre foi assim" ou "ninguém presta" de repente se vê diante de algo novo e bom... e cai das nuvens! Claro, porque uma pessoa que foi criada numa família em que todo mundo é desconfiado, que sempre pensa mal dos outros, se acostuma a achar que as coisas ruins são assim mesmo e que todo mundo é péssimo até que se prove o contrário.
Então se você trabalha a vida inteira na mesma empresa e é tratado feito gado, você chega à conclusão de que é assim que o mercado de trabalho funciona. E a maioria das pessoas, quando encontra os amigos, não quer nem ouvir falar de trabalho. Quer ir logo enchendo a cara, ou mergulha na novela pra esquecer. Então acaba não tendo mesmo termo de comparação.
Aí uma pessoa dessas vira chefe, e faz com o subalterno o que aprendeu a vida inteira. Se chega alguém querendo mudar alguma coisa, logo acha que o tipo está causando. E faz de tudo pra sabotar qualquer iniciativa, porque afinal de contas... sempre foi assim.
Só que hoje as coisas mudam mesmo, e não dá nem tempo de ver de onde veio a onda.
Por isso, a arte da bendição nunca foi tão importante. Se uma praga do bem pega, a pessoa em questão logo aprende que sim, é possível fazer as coisas de outro jeito, é importante contar histórias novas e ver que aquilo em que você sempre acreditou não é necessariamente o melhor.
Se uma pessoa vem com esse papo para o meu lado, eu costumo dizer: "Eu desejo que você vá trabalhar com pessoas muito, muito, muito legais" ou "Eu desejo que apareça uma pessoa desconhecida na sua vida que te ajude muito". Ah, se pega...
Estava conversando hoje cedo sobre isso com uma pessoa que dá consultorias para empresas, e mais tarde recebi um vídeo que tem tudo a ver, com a palestra de uma escritora nigeriana no TED.
Rogar bendições tem tudo a ver com contar histórias novas sobre o mesmo assunto...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Mandala virtual











Pintar mandalas no Photoshop também é terapêutico. Faz bem parar no meio de uma revisão, dar um defrag no disco, e voltar à caça homérica ao saci tipográfico.


"A luta contra o erro tipográfico tem algo de homérico. Durante a revisão os erros se escondem, fazem-se positivamente invisíveis. Mas, assim que o livro sai, tornam-se visibilíssimos, verdadeiros sacis a nos botar a língua em todas as páginas. Trata-se de um mistério que a ciência ainda não conseguiu decifrar." Monteiro Lobato

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pintando mandalas

Se alguém me liga à noite ultimamente e pergunta o que estou fazendo, a resposta invariavelmente será: "estou pintando mandalas". Depois que ganhei da Cassia dois livrinhos com desenhos de mandalas para pintar, descobrir que finalmente tenho um hobby.
É uma delícia isso!
Não conhecia nenhuma teoria a respeito das benesses de pintar mandalas, mas na prática estou descobrindo que é um exercício de meditação e realmente ajuda a colocar os pensamentos em ordem. Como as mandalas geralmente são simétricas e têm regiões delimitadas, você aos poucos vai escolhendo as cores e pintando, área por área, até ter o desenho todo colorido. No começo, você só enxerga o desenho a traço, o macro. Conforme vai pintando, vai enxergando as microrregiões que formam o desenho e quando termina, às vezes apareceu outro desenho. A sensação que eu tenho é como se meu cérebro fosse o cubo mágico e eu realmente soubesse como montar.
Fui pesquisar o assunto e descobri que é uma terapia reconhecida mesmo. Na Internet tem vários sites com desenhos para imprimir em casa e pintar. Recomendo.
Estou tão feliz pintando meus desenhos que depois de ter colorido várias com meu jogo de canetinhas de R$ 3,99 e com os lápis de cor que vieram no super estojo que comprei outro dia, resolvi ir hoje ao Kalunga especialmente para comprar novas cores de lápis de cor. Adquiri um maravilhoso estojo de 48 cores, com 24 lápis bicolores. Veja que ecológico e que econômico, cada lado do lápis tem uma cor.
A única frustração é que os nomes das cores mudaram. Na minha época, eram mais poéticos. Jamais me esquecerei do Verde da Prússia, cor de um lindo Fusca que meu pai comprou em 1978. Até hoje, uma das minhas cores favoritas. Nesse novo estojo, o mais parecido é o Verde Turquesa.
E o que dizer do Verde Berilo, um verde claro azulado que hoje corresponde a um prosaico Verde Água? Tsc, tsc, tsc...
Tudo bem, tem um dourado e um prateado, vai. Mas que as nossas cores eram mais bonitas, lá isso eram. Ainda mais porque não era todo dia que se podia adquirir um estojo dessa envergadura. Só existia o de 36 cores e era um presente de Natal!
Enfim, nostalgias à parte, já estou testando e o resultado tem sido bastante satisfatório. Independentemente das 48 novas cores, o processo realmente é ótimo.