quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Comigo não

"Eu percorrera a mesma estrada poeirenta e tortuosa em busca da fé. Mas sempre que eu ouvia uma história de fé, sempre que encontrava um novo guru, o resultado era o mesmo - a história era pouco convincente e o guru, espúrio. Cada fé exigia que eu assumisse um compromisso. Cada mestre exigia que eu fechasse os olhos para alguma falta", Shantaram, de Gregory David Roberts, p. 332.
Ontem me lembrei de quando e porque comecei a questionar de verdade as religiões constituídas, principalmente a católica. Foi por causa dos três primos de quem eu gostava tanto e que entraram na Opus Dei. Três pessoas talentosas, lindas, queridas, que viraram fanáticas religiosas. Uma delas me disse, uma vez, no auge do meu esquerdismo, que elas faziam um trabalho fantástico levando adolescentes de Alphaville para conhecer a favela. Não sei se ela teve coragem de me dizer com todas as letras, ou se foi mais uma das minhas interpretações quase literais, mas em resumo ela dizia que os ricos também precisam salvar suas almas. Depois dessa, desisti de entender religiões e religiosos.

Quintana para jornalistas

Eles passarão
Eu passarinho
Vós, passaralho

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Radiologia dá dinheiro

Acabei de ver uma coisa incrível! O Dr. House acabou de abrir uma maleta e tinha uma revista Diagnostic Imaging. Por onde andará minha amiga Alexa Weber? Era tão divertido escrever matérias de radiologia pra revista latino-americana e receber chequinhos de dólares pelo correio... Ai que saudade da minha conta bancária naquela época...

A predileta

Não há ninguém como Ivana. Já tinha ouvido o nome, mas descobri sua existência de passagem pelo Canal Futura, onde ela dava uma entrevista. No dia seguinte, comprei dois livros. Li de uma sentada. Comprei mais um. Dei outro de presente. Vá ser amargurada assim no inferno. Está perto o dia de eu me declarar para ela. Vou encomendar um texto pra revista da Programadora.

A espera

Faz tempo que não escrevo
Do trabalho ando fugindo
Talvez seja esse desejo
De um diabo que me carregue
Ou de um ET que me abduza

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Lagriminhas

Nem me lembro qual foi a última vez que chorei de dor. Nunca quebrei braço nem perna, nunca tomei pontos, nunca passei por cirurgia, não tive um parto. Posso ter dado alguma topada, prendido o dedo na porta, batido a cabeça. Mas nada de que me lembre como um momento de dor.
Verter lágrimas de emoção, porém, é uma experiência quase diária. Sou daquelas que chora em comercial de margarina. Nesses casos, entretanto, já estou treinada. Em poucos segundos refaço o raciocínio de tudo o que está por trás daquilo, do produto que estão vendendo, enfim. Mas músicas, filmes, programas de TV, qualquer manifestação de felicidade ou de tristeza, são motivos suficientes para sentir a lagriminha vindo. Começa no canto do olho e se o racional não acode, se espalha olho afora, em pingos grossos, e por aí vai.

Faça o que eu falo...

O maior problema das pessoas que realmente têm fé em alguma religião, para mim, é que em função de sua fé, deixam de lado uma das principais virtudes do ser humano: a tolerância. Sempre que alguém tenta me convencer de que uma religião é melhor do que a outra, isso falando das religiões às quais temos mais contato, as ditas ocidentais, fico pensando no que essa pessoa faria se a filha decidisse se casar com alguém de outra "raça" (se é que isso existe), ou com alguém de outra religião.
Foi principalmente o que pensei no curso de batismo, que fiz pra batizar a Laurinha. O homem que fez a palestra falou que hoje em dia a maioria das pessoas pensa em batizar o filho por uma questão social. E que na verdade o batismo é a porta de entrada para a religião católica. Por isso, os padrinhos também deveriam professar a mesma religião. Achei muito razoável, apesar de não professar o catolicismo. Mas se os pais querem que a filha seja católica e me escolheram, é porque tenho algo a ensinar. E no meio de alguns comentários muito lúcidos, eis que o instrutor do batismo solta algumas pérolas de intolerância.
Não, eu não professo o catolicismo, não me interesso por nenhuma religião oficial. Talvez até por levar as coisas muito a sério. Se fosse para ter religião, seria das que freqüenta mesmo, se envolve com trabalhos comunitários. Porque se tem uma coisa na qual acredito é no segundo mandamento, amar ao próximo como a si mesmo. Se as religiões ensinassem isso antes de dar tanto valor ao primeiro, amar a deus sobre todas as coisas, talvez o mundo fosse bem melhor. Será que o problema não é excesso, em vez de falta de religião?